segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ah, AQUELA febre amiga...


Conheci a Febre quando eu tinha 11 anos e desde então nunca deixamos de ser amigas! Por mais que passemos algum tempo afastadas, sempre voltamos a nos reencontrar e é como se nunca tivéssemos nos separado. 
A gente só não se vê constantemente porque ela vive viajando; ela gosta de passar um tempo na casa de outras amigas minhas também... Mas eu sei que a minha casa é a que ela mais gosta, porque depois que ela passa uns tempos foras, sempre acaba voltando sem nunca avisar e chega com três malas gigantes e uma mochila de mão. Emburaca no meu quarto e não sai mais de perto de mim não. Não que esteja reclamando, certo, amiga?
Esse feriado a Febre chegou pra ficar, com a maior bagagem que ela já havia aparecido. Eu fiquei muito feliz, porque não sou acostumada a ficar longos tempos longe dela; as coisas ficam muito sem graça quando não há Febre, chegam até a ficar sem significado na minha vida. Eu preciso de Febre pra funcionar, pra fazer meus planos, e cumpri-los, e até para dormir bem à noite. Não consigo dormir quando não tenho o que sonhar, e sem Febre não existe nada que valha a pena um sonho...
O problema é que Febre só faz bem na dosagem certa... Sabe quando a gente ama um irmão, mas não aguenta ficar mais um segundo olhando pra cara dele? Então. As vezes é muita Febre pra mim, as vezes eu não aguento mais ficar perto dela. Ainda mais porque sou pequenininha, miudinha, fragilzinha, então fico abusadazinha mais rápido. Aí não sei o que fazer, a Febre me consome toda! Me deixa de cama, sem conseguir mexer meus músculos, sem conseguir raciocinar direito, sem conseguir fazer passar o frio, porque meu corpo queima todas as cobertas em que eu me abraço.
E é assim que eu estou agora, hoje, ontem, a semana inteira, o mês inteiro... De cama, inútil, achando que tudo o  que eu falo sai errado, pensando meticulosamente em cada próximo passo que eu darei, e me arrependendo imensuravelmente no momento seguinte ao passo dado...
Como eu senti falta disso, como senti falta de mim mesma. É nela que eu me encontro, nessa intensidade toda que eu realmente sou.
Espero que a Febre nunca mais me deixe...

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