terça-feira, 13 de julho de 2010

Eu e os monstros do meu armário

O espírito de uma criancinha de 5 anos que acabou de ser proibida de brincar com seu brinquedo favorito e pra completar ainda ficou de castigo TRANCADA NUM QUARTO ESCURO tomou conta do meu corpo. Como essa criancinha chora assustada... Em silêncio! Para não acordar os monstros-da-escuridão.
Derrama-se em lágrimas até exaurir-se, até não ter mais fôlego ou energia (o que significa MUITO para robôs-hiperativos-malucos-viciados-em-toddynho). Só para-se de chorar quando se adormece em meio ao cansaço afogando-se na poça de lágrimas.
Então acorda, e volta a chorar.
Normalmente se esquece porque estava chorando e porque ainda continua o fazendo, mas independente de se lembrar ou não, sabe que não pode parar de chorar.
E essa noite a criancinha sou eu. E eu não vou parar de chorar.
Nem se eu quisesse eu conseguiria, pois são lágrimas há muito armazenadas em mim. Lágrimas que um potinho de Sertralina me impediu de soltá-las, mas que hoje foram mais fortes que a medicina.
Eu estou farda, e esse é o meu pedido de arrego.
Arrego. Não sei se essa palavra tem o mesmo sentido em todo o Brasil, mas com 5 anos e morando na Paraíba, eu peço arrego e essa é minha bandeira branca.
Tô pedindo arrego dos meus pensamentos, que não me deixam em paz. Arrego dos meus pesadelos repetitivos, nem que seja só por uma noite.
Não quero mais a lembrança dos cheiros, não quero mais as memórias regressivas, os sons recorrentes das músicas, as palavras de sangue ressoando em minha orelha, a verdade que estraçalha. Não quero mais ver. Não quero mais ouvir. Não quero mais sentir.
Não quero mais ser.
Ou eu também poderia pedir por continuar sendo. Mas em paz, com espírito de criancinha dormindo depois de um dia de brincadeiras cansativas, com um sorriso no rosto e silêncio no pensamento. E uma noite sem sonhos.
Só que ai eu seria esse vazio. Esse vazio de você. Pois acabar com tudo isso seria acabar com a única coisa que me resta de você.
E ser, sem você, não é uma opção.
Nem que para isso eu tenha que aprender a conviver com os monstros-do-armário.

sábado, 10 de julho de 2010

Auto-conhecimento


Sem essa de dizer que todos deveriam seguir o caminho do auto-conhecimento. Descobrir todas as respostas do nosso inconsciente, toda explicação para nossas ações sem sentido...
Quando você descobre realmente quem você é, cada segredo sórdido do seu inconsciente, cada armadilha que ele mesmo monta para você... Você pode não gostar do que vê.

Eu descobri que eu afasto todas as pessoas que me amam de verdade, que tenho sede de conflitos amorosos, vontade de ser a salvadora de alguém. Descobri que agora que estou MUITO feliz, como nunca experimentei tamanha em tanto tempo, conscientemente queria ser capaz de congelar essa felicidade em mim.
Inconscientemente eu estou sabotando a mim mesma. Maldito inconsciente, único responsável por todos os obstáculos no meu caminho. Obstáculos que eu mesma pus ali, os quais eu não consigo viver sem.

Pelo menos agora eu sei exatamente contra o que lutar. Porque eu fiz a escolha pela felicidade.