domingo, 14 de abril de 2013

L'amor che move il sole e l'altre stelle.

J.L,

Eu só queria te fazer ver que a eternidade é pouco pra nós dois, que o Tempo faz pouco de nós dois.
Você ainda não vê que o amor não é algo que possa existir no tempo? Ele só existe no Empíreo, no paraíso de Dante, naqueles três círculos concêntricos onde já não existe mais matéria. Onde não existe nada além do amor que move o sol e as outras estrelas. Era pra lá que eu queria te levar, se você aceitasse meu convite, um lugar onde o tempo não poderia nos alcançar. Eu só queria que você segurasse minha mão e não a soltasse jamais, "eu só queria" um milhão e meio de pedidos onde cada uma deles incluiria eu, você e uma certeza. Eu só queria certezas. Eu só queria imperativos e sua mão -- aquela mesma mão que segurou minha vida dois anos atrás embaixo das estrelas. Eu só queria um sim, você, mas não meio você, não uma parte de você, eu queria tudo aquilo que é você. Eu queria amor da cabeça aos pés. Eu queria algo que é muito pouco pro "agora" me dar, que é muito pouco pro tempo me dar -- mas é demais pro tempo me tirar. Eu queria te fazer compreender minha urgência no pra sempre, minha vida flutuante no presente. O presente não me abarca por inteira. O meu amor não cabe num período de tempo, numa parte da vida. Eu só queria verdadeiramente ser compreendida, eu só queria respostas, letras, palavras. Eu só queria você, só queria que você quisesse ser meu e que não fosse mais nada além disso. Eu só queria que você me quisesse sua.