sábado, 8 de setembro de 2012

Yelda da minha janela

Quando fiquei mais velho, li nos meus livros de poesia que a yelda era a noite sem estrelas em que aqueles que sofrem por amor permanecem acordados, suportando a escuridão interminável e esperando que o nascer do sol traga consigo a pessoa amada. Depois que conheci Soraya Taheri, todas as noites da semana passaram a ser (noites de) Yelda para mim. O Caçador de Pipas


Da minha janela, o céu a noite é um tapete preto bem simples. Sem os brilhantes azuis que ornam outros tapetes pretos pelo mundo. Um tapete preto sem graça e sem fim, de um infinito intrigante. 
Algumas noites eu permaneço acordada, assustada pelo tapete preto, esperando ele ir embora. Eu espero por tanto tempo, mas ele continua ali, imóvel, sem intenção de ir a lugar nenhum. 
O ponto é... Eu quero a luz de volta sabe? A luz do dia, da vida. Eu não quero aquele tapete sem graça, sem luz, sem vida. 
Eu quero o Sol, a Lua e as Estrelas, eu quero tudo junto na minha janela. 
Depois de várias noites sem dormir esperando o tapete preto ir embora eu comecei a pensar que talvez ele nunca fosse sair dali, talvez a vida fosse continuar assim daqui pra frente. Talvez a vida tivesse virado um tapete preto sem fim, e eu, sem aceitar, jamais deixasse a minha janela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário