Mais rápido do que teve tempo para assimilar o que acontecera, ele surgiu dentro dela. E, antes de ter tempo para descobrir o por quê, ela ja ficou feliz pela sua existência.
Por noves meses ela o nutriu e dividiu tudo com ele. Não existia mais individualidade, exclusividade, privilégio, luxo. Cada ação o envolveria em conjunto, nem sua comida era só dela, nem o respirar era só dela.
Ser não era mais só dela.
Até o dia em que os nove meses se passaram e o Amor respirou sozinho, comeu sozinho, andou sozinho, tomou vida sozinho. Sempre sob a proteção dela.
Era uma criança muito hiperativa, cresceu muito rápido, foi ficando muito forte, estava sempre correndo pelas ruas de seu bairro. Na verdade, ele nunca foi visto apenas andando.
Com os anos, colocou na cabeça que correr não bastava mais para ele, agora precisava voar. Alugou um balão e se foi pelo mundo afora. Gritava, cantava, explodia de alegria. Falar também não bastava para ele. O Amor sempre precisava do mais.
Seus pais se orgulhavam muito, e a felicidade dos dois quadruplicou depois que ele foi ganhando mais e mais vida em frente aos seus olhos; faziam tudo pela felicidade do menino. E foi aí que o problema surgiu.
A criancinha que antes só trazia felicidade foi se tornando mimada, daquelas que tem tudo o que querem, sabe? E se tornam sem limites, sem escrúpulos e egocêntricas. Começou a dar trabalho.
Vou ser mais sincero aqui com vocês: ele era uma peste: gritava, corria, pulava, dançava, cantava, voava, mergulhava... Não dava sossego não! Sugava toda a vida dos seus pais.
Mas era tão lindo... Tão diferente dos outros, tão mais talentoso, sabe? Teria um futuro maravilhoso pela frente, com muito sucesso. Era brilhante! Inteligente, grandioso...
Mas, poxa, vida, como cansava!
Então os pais foram se desgastando ao invés de se aproximarem mais, foram brigando enquanto decidiam o futuro da vida de seu filho. Enfim, a decisão foi tomada.
A linda-hiperativa-superdotada-criança seria colocada para dormir profundamente, até o dia em que decidirem acordá-la e deixarem-na brilhar.
Quando esse dia chegar, serão fortes o bastante para não deixarem mais seu brilho apagar.
Adorei seu blog e voltarei aqui mais vezes pra ler seus textos *-*
ResponderExcluirSe quiser, da uma olhadinha no meu ta? http://novomundoo.blogspot.com/
Muito prazer, Luzia Angélica, com certeza nos veremos mais vezes =]